Uma crise inédita do capitalismo, tanto em suas características quanto em sua gravidade: análise e perspectivas
"Os grandes Estados capitalistas (dentre os quais a China e o Brasil encontram-se bem colocados) e as grandes instituições financeiras internacionais sempre estiveram alguns vagões atrasados no desenrolar da crise. "
"Estamos indo rumo a uma brutal alta da tributação sobre as pessoas físicas, sobre os "simples cidadãos", agravando ainda mais uma das causas principais da crise. "
"Num plano estritamente econômico, o capitalismo é um modo de produção muito adaptativo e flexível: ele pode se reerguer, mesmo em detrimento de danos humanos consideráveis e de um forte recuo da democracia. Como a crise é inédita, parece-me impossível, quando não inútil, especular sobre a forma que ela tomaria."
"O "social" é a última roda da carroça. A crise social é e será tanto mais difícil, pois nada foi feito para amortecê-la. O caso da França é emblemático: absolutamente todas as medidas estudadas e já amplamente iniciadas, no programa do candidato Sarkozy, estão totalmente caducas, pois se assentavam sobre a hipótese de um crescimento forte e sustentável. O princípio "trabalhar mais para ganhar mais" não tem mais nenhum sentido, e, além disso, o governo evita tocar no assunto, pois sua única consequência só pode ser: mais desempregados e um aumento do déficit do Estado. Isso vale para todas as medidas de Sarkozy. Consequência: ele navega ao sabor dos ventos e cuida da aparência para não necessitar falar da essência. "
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